terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Sem bancos, cidade do Piauí cria moeda própria


Foto: Sebrae
Segundo dados do Banco Central, 233 cidade brasileiras não possuem agências bancárias e 68 delas estão no Piauí. Longe dos principais centros urbanos do Piauí, São João do Arraial sofria com a falta de agências bancárias. O banco mais próximo estava a 20 quilômetros da cidade, localizada a 256 quilômetros da capital Teresina. Para resolver o problema e dinamizar a economia local, a cidade criou uma moeda própria, o Cocal.
Criado em dezembro de 2007, o Cocal melhorou a situação econômica da cidade. Os moradores precisavam comprar em outra cidade produtos básicos como roupas e alimentos. Francisco Chagas Lima, prefeito da cidade recém-emancipada de Matias Olímpio percebeu a necessidade de aumentar a circulação monetária da cidade, mas o montante gerado pela cidade não interessava aos grandes bancos.
O Banco dos Cocais é gerido pela sociedade civil, mas a prefeitura e outros órgãos fazem parte do conselho da instituição. O banco funciona para arrecadar as taxas públicas, pagamentos de contas e recebimento de benefícios como o Bolsa-Família. Reconhecido pelo Banco Central, o Cocal tem apenas uma restrição: só pode circular dentro de São João do Arraial.
A medida funcionou: somente nos dois primeiros anos, a circulação de cocais representou 25% de toda a economia de São João do Arraial, cerca de C$ 3 milhões. Hoje são C$ 25 milhões circulando na economia local. Um C$ custa R$ 1, mas quem compra em cocal tem 10% de desconto no preço - com isso, o dinheiro gerado em São João do Arraial não é gato em outros municípios. Solução criativa né? (vi no Portal do Empreendedor)

Presidente de Uganda assina lei que pune homossexualidade com prisão perpétua


Campala, 24 fev (EFE).- O presidente de Uganda, Yoweri Museveni, sancionou nesta segunda-feira uma lei que pune com prisão perpétua atos homossexuais "com agravantes", lei que endurece a perseguição de seu governo a uma orientação sexual já tipificada como crime.

Leia também:
Ricky Martin reitera apoio a Ellen Page, que assumiu em público ser lésbica
Papa pede coragem a cardeais para lidar com temas familiares delicados
A Lei Homofobia foi aprovada pelo Parlamento em dezembro, mas o presidente decidiu adiar sua entrada em vigor até saber os resultados de um estudo encarregado a um grupo de 14 cientistas.
O grupo concluiu que a homossexualidade "não é genética", mas uma opção derivada de uma conduta social "anormal".
Encarregado após as várias críticas recebidas por parte da comunidade internacional, o grupo sustenta que "o homossexualismo não é uma doença, mas simplesmente um comportamento anormal que é aprendido através das experiências da vida".
A sanção de hoje, transmitido pela televisão pública ugandense, o presidente referendou o relatório e disse que a homossexualidade é produto da educação recebida, e portanto um fator corrigível.
Também é dada por motivos econômicos, argumentou Musaveni, que chamou os homossexuais de "mercenários e prostitutas".
"Muitos de nossos homossexuais são mercenários. Na verdade, são heterossexuais e se transformam por dinheiro, são como as prostitutas", disse.
Musaveni afirmou ainda que não está preocupado com o efeito que a nova lei terá nas relações internacionais de Uganda.
"As relações entre países devem se basear na igualdade, não no servilismo. Posso aconselhar nossos amigos ocidentais a não transformem esse assunto em um problema, porque quanto mais o fizerem mais perderão", afirmou.
Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, advertiu que a assinatura dessa lei seria um retrocesso na proteção dos direitos humanos que complicaria a relação entre os dois países.
A minuta do projeto, transformado hoje em lei, foi apresentada em 2009 com penas tão severas como a condenação à morte pela comissão de atos de "homossexualidade com agravantes".
Isso incluiria o estupro homossexual, as relações homossexuais com menores de idade ou incapacitados ou quando o acusado seja portador do HIV. A revisão do texto substituiu a pena de morte por prisão perpétua.
Na semana passada, o presidente ugandense assinou outra lei contra a pornografia que, entre outros comportamentos "insidiosos", proíbe e pune o uso da minissaia. EFE

Com legalização, Colorado estima US$ 1 bilhão em venda de maconha em 2015



Foto: BuzzFeed


O Colorado foi o primeiro estado dos EUA a legalizar a maconha. Com isso, muitos negócios serão gerados a partir do uso medicinal e recreacional da planta e vão movimentar a economia local. Para o ano de 2015, o estado do meio oeste norte-americano estima vendas de US$ 1 bilhão nas lojas autorizadas a comercializar a droga. As informações são do site de notícias norte-americanoBuzzFeed.
Leia também:


John Hickenlooper, governador do Colorado, enviou uma nova proposta de orçamento para a Assembleia Legislativa estadual por conta dos novos recursos. A estimativa inicial previa vendas de US$ 400 milhões, mas a previsão foi reajustada devido à enorme procura. Com a nova estimativa, cerca de US$ 134 milhões vão entrar nos cofres do Colorado por meio de impostos, informa o jornal Denver Post.
Desse montante, o governo prevê o uso de US$ 105 milhões para prevenir o uso da maconha. Uma campanha voltada para os jovens vai gastar cerca de US$ 500 mil. Outros US$ 40 milhões serão usados para tratamento de viciados. O mais interessante: US$ 12 milhões serão investidos em saúde pública, US$ 30 milhões em segurança e US$ 40 milhões para a construção de escolas. É hora de legalizar a maconha no Brasil?

segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

Eduardo lança Paulo Câmara e afirma: ''Vou derrotar o PT''

Em um discurso inflamado, Eduardo Campos falou que ajudará Paulo Câmara a governar Pernambuco, quando ele mesmo estiver governando o Brasil

Publicado em 24/02/2014, às 14h20


Do JC Online

Com informações da repórter Bruna Serra


 / Foto: Clemilson Campos/JC Imagem

Foto: Clemilson Campos/JC Imagem



O auditório lotado do Recife Monte Hotel, no bairro de Boa Viagem, Zona Sul do Recife, viu, na manhã desta segunda-feira (24), o anúncio do candidado a governador de Pernambuco, o secretário da Fazenda Paulo Câmara. No local, além do secretário, estavam o governador Eduardo Campos e os presidentes dos principais partidos da Frente Popular, como o PDT, PR, PSDB e PCdoB. A surpresa foi a presença do vice-governador João Lyra no evento, mesmo tendo sido preterido pelo governador. Havia dúvida se o vice-governador iria ou não para o lançamento da chapa. Lyra, numa tentativa de ser o candidato, mudou do PDT para o PSB.
O governador fez um discurso inflamado, chegando a se emocionar. Eduardo disse que vai derrotar o PT e que ajudará o Paulo Câmara a governar Pernambuco, quando ele mesmo estiver governando o Brasil. Eduardo Campos também ressaltou que, ao longo desses 7 anos a frente do governo de Pernambuco, cumpriu as promessas que fez ao povo. "Eu assevero por Paulo Câmara. Eu garanto por Paulo Câmara. Eu escolhi nesse processo não ter lado, não ter posição. O processo me convenceu pela razão e pelo coração que fizemos a melhor aposta", declarou Eduardo. O governador disse que vai bancar a candidatura de Câmara assim como bancou a candidatura de Geraldo Julio.
Presidenciável do PSB, Eduardo voltou a afirmar que vai derrotar o PT na disputa nacional: "O Brasil está prestes a viver sua eleição mais importante. Este ciclo que está aí se encerrou e nós vamos derrotar o PT e construir um novo Brasil".
Em um discurso mais sereno, Paulo Câmara não animou a plateia. O candidato agradeceu e afirmou que o governador pode ter confiança total nele, pois seguirá liderado por Eduardo. "A minha experiência ao longo da vida me tornou um político em toda sua concepção. Eu sempre trabalhei em equipe com diálogo e humildade. Vamos estar juntos e unidos para que Pernambuco continue avançando. Meu líder maior é Edurado Campos e a tropa está unida."
Quem também marcou presença foi o prefeito do Recife, Geraldo Julio, que fez um discurso no evento.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Chapa com Paulo Câmara, Raul Henry e Fernando Bezerra Coelho será oficializada na próxima segunda-feira



Chapa com Paulo Câmara, Raul Henry e Fernando Bezerra Coelho será oficializada na próxima segunda-feira

Diario de Pernambuco - Diários Associados
Publicação: 20/02/2014 19:55 Atualização: 20/02/2014 21:01
O anúncio da chapa majoritária da Frente Popular, encabeçada pelo secretário da Fazenda, Paulo Câmara, para a sucessão estadual ficou para a próxima segunda-feira (24). O governador também vai anunciar os nomes do deputado federal Raul Henry (PMDB) para a vice e o do ex-ministro da Integração Nacional Fernando Bezerra Coelho (PSB) para concorrer ao Senado. A escolha dos nomes que vão compor a chapa governista foi definida após reuniões que vararam a madrugada desta quinta-feira (20) entre o governador Eduardo Campos (PSB) e aliados. 

Inicialmente, previsto para esta sexta-feira (21), o anúncio foi adiado por causa do almoço de Eduardo Campos com o senador Aécio Neves (PSDB), eventuais adversários na disputa à Presidência da República. O tucano vem ao estado para discutir a montagem de palanques estaduais, especialmente onde o PSB e o PSDB são aliados. Além disso, o governador viaja à tarde para cumprir um agenda no Rio Grande do Sul.

O processo de escolha dos nomes foi traumático. O vice-governador João Lyra Neto (PSB), que assumirá a gestão com a desincompatibilização de Eduardo Campos em 4 de abril, estava insatisfeito com a condução das negociações. Ele foi comunicado da decisão dos nomes da chapa majoritária após o governador comunicar Paulo Câmara oficialmente sobre a sua escolha. João Lyra esteve no Palácio do Campo das Princesas no fim da tarde desta quinta-feira. Deixou o local sem falar com a imprensa. 

O secretário da Fazenda, Paulo Câmara, passou a manhã desta quinta-feira (20) reunido com Eduardo Campos, quando foi comunicado que é o escolhido para concorrer ao governo do estado. Paulo não acompanhou as conversas realizadas na noite de ontem (19), que culminaram com o fechamento da chapa majoritária. Mas já durante a madrugada recebeu um telefonema com relatos sobre as negociações. Por volta das 9h de hoje, o secretário foi chamado à sede do governo para se reunir com Eduardo. Também estavam por lá Fernando Bezerra Coelho e o prefeito do Recife, Geraldo Julio (PSB).

Ontem (19), Eduardo Campos afirmou que o candidato seria conhecido até o carnaval. Ele não pretendia anunciar o nome no início deste primeiro semestre, preferia deixar a divulgação da chapa majoritária para depois da Semana Santa, em abril, para "não envelhecer o candidato". Mas, diante da pressão dos aliados e da divisão interna do PSB, o governador antecipou a decisão.

Leia mais 
Além de ter vencer a barreira do desconhecimento, Paulo Câmara deve provar habilidade para costurar a harmonia no PSB e na base

Buscar votos para um desconhecido enquanto disputa o Planalto contra a máquina federal e Lula é prova de fogo para o PSB

De fora da chapa governista, Eduardo da Fonte se reunirá com Lula e quer candidatura do PP ao governo do estado para apoiar Dilma

Paulo Câmara deverá permanecer no governo até o início de abril, prazo máximo para se desincompatibilizar do cargo. Até lá, vai percorrer o estado ao lado de Eduardo, que também deixa o governo em abril, para inaugurar obras e ações do governo, uma maneira de tentar torná-lo conhecido no estado.

Paulo Câmara será o candidato ao governo do estado pelo PSB

O secretário da Fazenda, Paulo Câmara, deverá ser anunciado como candidato ao governo até amanhã. Foto: Helder Tavares/DP/D.A Press (Helder Tavares/DP/D.A Press)O suspense em torno da indicação da chapa majoritária do PSB para concorrer ao governo do estado deverá terminar a qualquer momento. O governador Eduardo Campos vai anunciar o secretário da Fazenda, Paulo Câmara, o deputado federal Raul Henry (PMDB) e o ex-ministro Fernando Bezerra Coelho como candidatos a governador, vice e senador, respectivamente. Após uma longa noite de negociação, os socialistas finalizaram as conversas sobre a sucessão estadual. Aliados de Eduardo não descartam que o anúncio seja feito ainda nesta sexta-feira (21).

O último nome a ser fechado na composição da chapa majoritária foi o de Fernando Bezerra Coelho. O ex-ministro pretendia concorrer ao governo do estado e relutava em aceitar disputar o Senado, porque, ao concordar com o convite, estaria automaticamente fechando a porta para concorrer a governador. Bezerra Coelho foi chamado na noite de ontem (19) para uma reunião com socialistas. Deixou o encontro dizendo que daria a resposta hoje (20), depois de analisar qual o papel que desempenhará na campanha.

Caso Bezerra Coelho realmente aceite o convite, acalma o grupo socialista descontente com a condução da escolha dos candidatos. Entre eles, o vice-governador João Lyra Neto e o próprio ex-ministro. Os dois ficaram muito ligados ao longo do processo e reclamavam bastante por não estarem sendo ouvidos sobre a sucessão. O vice-governador, que comandará o estado a partir de abril e poderia ser o candidato natural à reeleição, está magoado. A presença de Bezerra Coelho na chapa majoritária contemplaria os dois aliados, é o que o acredita Eduardo Campos.


Ontem (19), Eduardo Campos afirmou que o candidato seria conhecido até o carnaval. Ele não pretendia anunciar o nome no início deste primeiro semestre, preferia deixar a divulgação da chapa majoritária para depois da Semana Santa, em abril, para "não envelhecer o candidato". Mas, diante da pressão dos aliados e da divisão interna do PSB, o governador antecipou a decisão.

Paulo Câmara deverá permanecer no governo até o início de abril, prazo máximo para se desincompatibilizar do cargo. Até lá, vai percorrer o estado ao lado de Eduardo, que também deixa o governo em abril, para inaugurar obras e ações do governo, uma maneira de tentar torná-lo conhecido no estado.

Rosália Rangel

Diário de Pernambuco.

sábado, 8 de fevereiro de 2014

ALIADOS SE MOBILIZAM PARA DERRUBAR VETO PRESIDENCIAL


Há poucos dias para o retorno das atividades no Congresso Nacional, a maioria dos deputados federais cearenses ouvidos pelo Diário do Nordeste acredita que o veto da presidente Dilma Rousseff ao projeto de Lei Complementar 416/2008, que regulamenta a criação de municípios em todo o País, tem chances de ser derrubado pelo Legislativo. A Liderança do PT na Câmara Federal já fala, inclusive, em "força tarefa" para convencer o Governo, pelo diálogo, da necessidade da derrubada. Parlamentares alertam, contudo, que é preciso mobilização maior dos defensores das emancipações.


 Apesar das especulações dos aliados ao Governo Federal, Raimundo Gomes de Matos (PSDB) diz que não há tempo hábil para derrubar o veto.

 O projeto de Lei Complementar tinha sido aprovado pelo Senado Federal, em outubro do ano passado, com amplo apoio: 53 votos a favor e apenas cinco contra, depois de ter passado, também, com folga, pela Câmara dos Deputados. Dilma, no entanto, vetou integralmente a proposta em novembro. Ela alegou que a criação dos municípios resultaria em aumento de despesas; o que, na visão do Governo, não seria acompanhado por um crescimento de receitas equivalente. O veto da presidente à proposta é um dos seis que trancam a pauta do Congresso Nacional no início das atividades legislativas de 2014.

 O deputado Danilo Forte (PMDB) é um dos que diz acreditar na possibilidade da derrubada do veto. Segundo ele, o PMDB, cuja bancada é a maior no Senado e a segunda maior na Câmara, é "unânime" a favor de derrubar o veto. "Não podemos simplesmente ignorar uma proposta dessas com um País com dimensão continental como o Brasil", comenta, citando o exemplo do distrito de Jurema, em Caucaia, Região Metropolitana de Fortaleza, que, segundo o peemedebista, seria o quinto maior município do Ceará, caso fosse emancipado.
 Transparência - O parlamentar avalia que a votação aberta instituída, no segundo semestre do ano passado, tanto na Câmara quanto no Senado, deve contribuir para a derrubada do veto. Para ele, a transparência do voto vai ajudar a aumentar a pressão sob parlamentares, por parte dos movimentos emancipalistas. "Acredito que tem condições de se viabilizar essa questão da derrubada. A bancada do Norte e Centro-Oeste, por exemplo, são unânimes a favor de derrubar o veto, porque são as regiões que mais precisam criar novos municípios", afirma.
 Já o deputado Ariosto Holanda (PROS) disse considerar "razoável" a justificativa apresentada pela presidente Dilma para vetar o projeto, mas acredita que o veto tem chances de ser derrubado. Segundo ele, muitos deputados têm compromissos com distritos, que devem influenciar na votação.
 O republicano comenta que, no Ceará, pelas análises que fez pelo menos seis distritos deveriam ser emancipados, pois já tem capacidade para isso. "Vai ser um embate difícil", avalia, informando que o partido dele ainda não decidiu como deve encaminhar o voto.
 Líder do PDT na Câmara, André Figueiredo também aposta que o veto tem chances de ser derrubado, diferente do que ocorreram com os outros vetos da presidente, todos mantidos até agora. Para ele, a forma como os congressistas vão votar "transcende" o fato de serem da base ou da oposição. "Há compromissos assumidos por parlamentares com distritos com porte de municípios de votar pela derrubada", comenta, lembrando que o PDT ainda não tem "posição firmada". Ele defende, contudo, que o veto tem que ser bem discutido antes de ser mantido ou derrubado.
 Confronto - O deputado José Guimarães, por sua vez, disse que, como líder do PT na Câmara, vai fazer "força tarefa" para tentar dialogar com o Governo Federal, "para rever esse veto". "O melhor caminho é o diálogo, não é o confronto, como alguns querem", defende.
 Ele avalia que a presidente decidiu vetar o projeto em razão das dificuldades econômicas pelas quais o País passava na época. "Acho que já respiramos bem. Temos condições de convencer o Governo, no diálogo, para acertar a derrubada do veto, sem ter crise. Esse tem que ser o nosso comportamento", diz o petista cearense.
 Ele pondera que o projeto poderá ser validado, pois o texto da proposta "não é extravagante" e estabelece limites e regras para a criação de novos municípios, entre esses, prazos e requisitos mais exigentes para que um distrito consiga se emancipar.
Regulamentar - Lembrando que o texto aprovado foi fruto, inclusive, de acordo entre o Legislativo e a Secretaria de Assuntos Federativos do Governo, "meu esforço é convencer o Governo de regulamentar essa lei. Do contrário, vamos ter um hiato jurídico entre o veto e aquilo que diz a Constituição", afirma o parlamentar.
 Mais pessimista que os outros parlamentares ouvidos, o oposicionista Raimundo Gomes de Matos (PSDB) diz não ver, no atual momento, "clima" e "tempo hábil" para conseguir a derrubada do veto. "Não vejo nenhuma grande mobilização nacional, inclusive da Confederação Nacional dos Municípios, em prol de conseguir derrubar. Se fosse uma bandeira da associação dos prefeitos e de outras entidades, teria uma pressão maior", pondera. Segundo ele, nem mesmo na época da votação do projeto não houve um "grande apelo" a nível nacional.
 Mobilização - O deputado tucano afirma que a desproporcionalidade das bancadas também deve prejudicar o objetivo de derrubar o veto. Gomes de Matos diz que a bancada do Nordeste, que tem apenas 157 dos 513 deputados da Câmara Federal, é umas das únicas onde há maior movimentação. O parlamentar pondera ainda que, desde que o Congresso resolveu passar a analisar os vetos, nenhum dispositivo foi derrubado até o momento, "porque a ´tropa de choque´ do (Palácio do) Planalto fica monitorando a votação, até mesmo dentro do próprio plenário".
 Deputados estaduais cearenses, mais interessados na criação de novos municípios, prometem fazer um movimento para levar a Brasília, quando o veto entrar na pauta do Congresso Nacional, uma representação da Assembleia e de associações defensoras das emancipações para fazer coro, com representantes de outros estados, na pressão para a derrubada do veto.
 A Assembleia Legislativa do Ceará foi pioneira no movimento de emancipação de distritos e até aprovou uma Lei Complementar com base na qual editou alguns decretos legislativos determinando a realização de plebiscitos para a efetivação da criação dos novos municípios. O Tribunal Regional Eleitoral (TRE) não fez os plebiscitos alegando a falta da Lei Complementar federal, só no ano passado aprovado, segundo exigência da Constituição da República.
Por: Alberes Xavier