quarta-feira, 11 de janeiro de 2017

Presidente do TCE recomenda que gestores denunciem irregularidades

Silêncio dos administradores que estão chegando poderá se reverter contra eles, que podem ser punidos
Por: Carol Brito, da Folha de Pernambuco em 11/01/17 às 09H20, atualizado em 11/01/17 às 08H07
























Presidente do TCE: “Se o prefeito não toma providências, acaba sendo conivente”Foto: Rogério França

       As graves  denúncias  feitas pelos  prefeitos  eleitos não devem passar impunes pelos órgãos 
      fiscalizadores.  A  recomendação  é  que  os  gestores  procurem  tanto o Ministério Público de 
      Pernambuco (MPPE)  quanto  o  Tribunal  de  Contas  do  Estado  de  Pernambuco  (TCE-PE) 
      para informar sobre a situação que encontraram as contas municipais. O levantamento informal 
      do TCE mostra que 82 das 136 prefeituras que fizeram o processo de transição detectaram 
     problemas, mas é preciso que os prefeitos formalizem a denúncia para que os órgãos tomem as 
     providências cabíveis. 

O silêncio dos administradores que estão chegando poderá se reverter contra eles, que podem ser 
punidos por omissão, conivência ou terem sua gestão responsabilizada. Além disso, contratos e 
convênios podem ser afetados, caso as administrações estejam inadimplentes.
"Estamos    recomendando    que    as   comissões de   transição enviem seus relatórios ao TCE
descrevendo  a   situação  que   receberam as prefeituras para o tribunal, porque, somente assim,
poderemos  tomar as  providências necessárias.  É importante que  eles  façam  isso, até para se
resguardar.  Se  ele  não  toma as providências, acaba sendo conivente", afirmou o presidente do
TCE, Carlos Porto.
Segundo o conselheiro,  o  Tribunal  já  se  antecipa  às denúncias desde o ano passado, quando
acompanhou a fase de transição. Além disso, recebe denúncias por meio de um aplicativo virtual
chamado Pardal,  que  facilitou  a  relação  entre  a  instituição  e  os  municípios. Até o momento
chegaram  denúncias  relativas  a 50  municípios,  sendo  a  maioria  sobre  atrasos  de salários.
"Teve  um  aumento  de  denúncias, mais de 50%  em relação a salários. São 82 municípios que
estavam em área de risco", relatou.
Até o dia 30 de março, os gestores terão que encaminhar ao TCE contas do exercício financeiro
anterior deixados pelos seus antecessores. "Vamos ver a situação de cada município, tendo em
vista que o ano passado foi atípico em termos de receita porque, no fim de dezembro, os recursos
de  repatriação  foram  repassados  para as prefeituras e um saldo de mais de R$ 200 milhões foi
repassado”, alertou. Uma atenção  especial  será  dada  aos  R$ 179 milhões em recursos vindos
da repatriação de ativos no exterior.  Isso  porque  o  órgão recomendou que os recursos fossem
utilizados, prioritariamente, com o pagamento de pessoal.



Nenhum comentário:

Postar um comentário