quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Senadores têm regalias sem fim

Senadores têm regalias sem fim

Alvo de crítica da população, o Senado Federal oferece a seus parlamentares um cardápio variado de regalias. Cada senador tem direito à Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar (CEAP), que pode chegar a R$ 45 mil por mês, a um exército de funcionários com rendimentos mensais de até R$ 22 mil, a despesas com paletó e a auxílio-moradia, entre outras benesses. Toda a regalia, custeada com dinheiro público, não leva em consideração o salário de R$ 33,7 mil.
Quanto à residência, os senadores que não ocupam apartamentos funcionais podem optar por um auxílio-moradia no valor mensal de R$ 5.500,00, com a finalidade de cobrir despesas com aluguel ou diária de hotel.
No total, 15 senadores receberam, no ano passado, auxílio-moradia. Ou seja, gasto mensal de R$ 82 mil com a despesa. No final do ano, o Senado pagou a bagatela de R$ 990 mil para hospedar essas 15 excelências.
Além desses parlamentares, outros 49 estão perfeitamente alojados em apartamentos funcionais na Asa Norte ou Asa Sul, bairros nobilíssimos de Brasília. Cada unidade custa, em média, R$ 2,2 milhões. Os 49 apartamentos, caso fossem vendidos, renderiam aos cofres públicos R$ 107,8 milhões.
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), desfruta de uma mansão localizada no Lago Sul, outro bairro privilegiado da capital. Uma casa no local varia de R$ 4 milhões a R$ 20 milhões.
Para não sermos acusados de não falar das flores, um reduzido grupo de 16 senadores não recebe nem auxílio-moradia, nem imóvel funcional. Desses, três são do Distrito Federal: Antonio Reguffe (sem partido), Cristovam Buarque (PPS) e Hélio José (PMDB).
Em meio à crise econômica que desemprega 12 milhões de brasileiros, o Senado tem motivo de sobra para comemorar. Regalia não falta.

Barbas de molho – O centrão, grupo de 200 deputados federais, colocou as barbas de molho na reta final da campanha para presidente da Câmara. Órfão de um líder expressivo desde a queda de Eduardo Cunha, o centrão teme sair menor da eleição de 2 de fevereiro, quando Rodrigo Maia (DEM-RJ) deve ser reeleito presidente da Câmara. O líder do governo, André Moura (PSC-SE), minimiza a derrota. “O centrão ficaria enfraquecido se tivesse poder e viesse a perdê-lo”, diz. Mas aliados incentivam Jovair Arantes (PTB-GO) a desistir da candidatura. A ideia é evitar uma surra para Rodrigo Maia.
Crise penitenciária – Político rodado e com um currículo invejável, o deputado Carlos Cadoca (PDT-PE) monitora com preocupação a crise do sistema penitenciário, que protagoniza cenas de barbárie no País. Aliado do presidente Michel Temer, Cadoca não acredita que a crise afetará outras aéreas do governo. “Não creio que possa contaminar outras frentes de atuação”, afirma. Mas, segundo ele, a crise é “sem dúvida um enorme desafio para o governo”. O Palácio do Planalto tenta fazer varredura na Força Nacional de Segurança, ainda tomada por petistas. É um desafio e tanto para o presidente.
Sabotadores em cena – Ministros do presidente Michel Temer não escondem a insatisfação com os petistas infiltrados no governo. A Secretaria de Patrimônio, vinculada do Ministério do Planejamento, estranhou a seleção de matérias do clipping matinal encaminhado aos ministros, secretários-executivos e chefes de gabinete. No período Dilma Rousseff, não havia notícia com críticas ao governo. Com Michel Temer, há reportagens negativas praticamente todos os dias. Aliados cobram que o presidente realize uma faxina no governo.
Maia, o habilidoso – Antes pouco expressivo, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), mostra surpreendente habilidade na campanha à reeleição, o que surpreende até aliados. Prova da virtude, ele reuniu em torno de sua candidatura os tucanos Geraldo Alckmin (SP), Aécio Neves (MG) e José Serra, que se digladiam para definir o nome do partido que disputará a eleição para presidente da República. Com a ascensão de Maia, os três cobram apoio dele na eleição de 2018. Maia, no entanto, diz que o momento é de cuidar de questões econômicas.

Na mira da Interpol – O empresário Eike Batista entrou na lista “de difusão vermelha da Interpol”, juntando-se a outros 160 brasileiros na mira da Organização Internacional de Polícia Criminal. A inclusão do empresário, que ganhou notoriedade no governo do ex-presidente Lula, foi um pedido da Polícia Federal acatado pelo juiz Marcelo Bretas, da 7ª Vara Federal do Rio de Janeiro e responsável Operação Eficiência. Eike é acusado de pagar US$ 16,5 milhões em propina para uma organização criminosa chefiada pelo ex-governador do Rio Sérgio Cabral. Outros oito acusados, incluindo Cabral, tiveram a prisão decretada.
CURTAS
Amigos do rei – O deputado Rubens Bueno (PPS-PR) relembra que o empresário Eike Batista fazia parte do seleto grupo dos ‘amigos do rei’, em referência ao ex-presidente Lula. “Eike construiu uma fraude bilionária com a ajuda do PT”, diz Bueno. O grupo empresarial de Eike Batista irrigou várias campanhas do PT.
Viola desafinada – Os líderes do PSDB não se afinaram na homenagem ao ministro Teori Zavascki, morto em acidente aéreo. Aécio Neves (MG) soltou nota em apoio à família do ministro. Cássio Cunha Lima (PB) prestou condolências em seguida. Antonio Imbassahy (BA) foi o último. Foi uma ciumeira só.
Perguntar não ofende - O empresário Eike Batista foi avisado da operação da Polícia Federal que pediu a sua prisão?


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