segunda-feira, 10 de setembro de 2018

Barroso proíbe PT de apresentar Lula como candidato na propaganda eleitoral

© Sérgio Lima Barroso determinou a remoção de qualquer conteúdo audiovisual, digital ou impresso que sugira que Lula é candidato.
O vice-presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Luís Roberto Barroso, determinou que a coligação “O Povo Feliz de Novo” (PT/PCdoB/Pros) não apresente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como candidato ao cargo de presidente da República “em qualquer meio ou peça de propaganda eleitoral”. A decisão (íntegra) foi tomada neste domingo (9.set.2018).
Segundo Barroso, o objetivo é não induzir o eleitor ao erro. O ministro também proibiu a aliança de apoiá-lo na condição de candidato, sob pena de suspender a propaganda eleitoral da coligação em caso de descumprimento da ordem judicial.
A decisão diz ainda que Fernando Haddad (PT) está proibido de se apresentar como “vice do Lula”, “Lula-Haddad”, “estamos com Lula”, “vamos com Lula” ou com “qualquer outro jogo de palavras publicitariamente voltados a alimentar a ideia de continuidade da candidatura”.
A medida foi tomada após reclamação apresentada pelo MPE (Ministério Público Eleitoral) contra Lula e a coligação do PT.
Para o MPE, a aliança segue veiculando propagandas eleitorais que apresentam Lula como candidato mesmo após o TSE ter negado o registro da candidatura do petista em 1 de setembro de 2018.
O ex-presidente foi condenado em 2ª Instância a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso tríplex do Guarujá. Por isso, Lula foi enquadrado na Lei da Ficha Limpa e não poderá concorrer nestas eleições.
“A própria dinâmica da propaganda eleitoral, veiculada diariamente nos meios de comunicação, aliada à resistência ao cumprimento da determinação desta Corte, têm imposto aos ministros do TSE a necessidade de prolação de sucessivas decisões a respeito do mesmo tema, sem, contudo, solucionar definitivamente a controvérsia”, escreveu Barroso em sua decisão.
Fonte: Poder 360

Debate sem Bolsonaro candidatos evitam ataques e pregam pacificação

O debate entre os candidatos à Presidência da República promovido por TV Gazeta, Estadão, Jovem Pan e Twitter foi marcado pela defesa da não violência. Ao iniciar suas falas, Geraldo Alckmin (PSDB)Marina Silva (Rede) e Henrique Meirelles (MDB) enfatizaram a necessidade de se pacificar a sociedade, em referência ao atentado em que o candidato do PSL, Jair Bolsonarofoi atingido por uma facada, na última quinta-feira, em Juiz de Fora (MG).

No primeiro bloco, os candidatos escolheram os rivais para responder às suas perguntas. Quase todas as questões se referiram a propostas dos adversários, exceto por Guilherme Boulos (PSOL), que partiu para o ataque a Meirelles.
Meirelles foi o primeiro a perguntar, escolheu Alckmin para responder à sua questão. "Como vamos mudar esse radicalismo que tanto prejudica o Brasil?", perguntou, mencionando o incidente "lamentável" contra Bolsonaro. "É necessário um grande esforço conciliador". Sempre que há um esforço de união nacional, de pacificação, que é o que eu defendo, a democracia consolida-se.", disse o candidato tucano.
Meirelles criticou seu adversário: "O senhor prega a pacificação, no entanto, quando Bolsonaro ainda estava na sala de cirurgia, seu programa o atacava fortemente. Isso não é uma atitude de radicalização?". Alckmin afirmou que o emedebista "não viu" seu programa. "Nunca pregamos a violência. Sou contra qualquer tipo de radicalismo."

© Tiago Queiroz/Estadão Henrique Meirelles (MBD) criticou propaganda eleitoral de Geraldo Alckmin (PSDB)

No segundo bloco, comentando que o atentado contra Bolsonaro aumentou a divisão entre os campos políticos no Brasil, a jornalista Vera Magalhães perguntou a Boulos se ele considera que a esquerda ajudou a fomentar a polarização no País, com o discurso do "nós contra eles que vigorou desde o governo Lula".
"Temos que diferenciar o que é violência e ódio na política e o que é polarização social. Quando diferença transborda para o ódio, isso é inadmissível. Aliás, essa semana, faz seis meses do assassinato covarde de Marielle (Franco, vereadora pelo PSOL), sem que a gente saiba quem matou e mandou matá-la. Bolsonaro sofreu ataque e repudiamos. Todas as diferenças que tenho com Bolsonaro vamos resolver na política, não na violência. Querer achar o pai da polarização é hipocrisia", respondeu Boulos.
Ciro pediu para comentar a pergunta de sobre polarização a Boulos, fazendo um gesto de "vem" com as mãos para a jornalista, que acabou escolhendo Meirelles para comentar. "Temos que promover o diálogo e caminhar juntos para a frente", disse o emedebista. 
Na tréplica, Boulos afirmou que, "efetivamente, a violência não é o meio para mudar o País". "Quem perde com uma campanha marcada por clima de violência é a democracia. Precisamos condenar todo tipo de violência, inclusive a que atinge a juventude negra nas periferias. Para enfrentar a violência, vamos fazer de cima abaixo", respondeu Boulos.
Em suas considerações finais, Marina lembrou que "esse é o primeiro debate depois do atentado contra Jair Bolsonaro". "Tenho dito reiteradas vezes que entrei nessas eleiçõesmesmo com todas as dificudadades de não ter tempo de TV, de não ter dinheiro, mas disse que entrei para oferecer a outra face. Para a face do ódio, o amor. Para a face da violência e do desrespeito, temos que ter tolerância, respeito com as ideias dos outros. Sou mulher, sou mãe de quatro filhos. Vi a violência perto de minha vida desde a adolescência. Tivemos o assassinato da Marielleatentado ao Lula e atentado contra Bolsonaro. Não vamos chegar a lugar nenhum com um País dividido. Quero chamar você, mulher, para fazermos um grande movimento para unir o Brasil. Um País próspero e bom de se viver", afirmou a candidata da Rede.