SALVADOR - O comando da greve dos policiais
militares da Bahia informou em nota o fim da paralisação que durou 12
dias. No documento divulgado na noite deste sábado (11) os PMs disseram
que, apesar de não terem as reivindicações atendidas, consideram o
movimento vitorioso por ter mostrado a insatisfação da categoria com os
baixos salários e o tratamento dado pelo governo baiano.
“Nossa
decisão partiu da premissa de que dignificamos a corporação encetando
[iniciando] uma ação amplamente vitoriosa, que repercutiu na sociedade
baiana e em nível nacional”, destacou o comunicado. “O fim do nosso
movimento não significa nem que aceitamos a proposta do governo, nem que
encerramos a nossa luta. Ela continua, por melhores condições de
trabalho e respeito", destacou a categoria na nota.
O texto
ressaltou ainda que os policiais demonstraram amadurecimento, ao evitar
entrarem em confronto com o Exército e negociar o cumprimento das
determinações do Poder Judiciário. Segundo a nota, os grevistas
entenderam que não poderiam prejudicar ainda mais a sociedade e
encerraram o movimento.
O fim da greve foi decidido por volta das
20h30 deste sábado (11), depois de cerca de três horas de assembleia no
ginásio do Sindicato dos Bancários, em Salvador. Desde 31 de janeiro,
quando começou a paralisação, até ontem à noite, 171 pessoas foram
assassinadas na região metropolitana de Salvador.
Os policiais
que ficaram parados até quinta-feira (9) serão anistiados e não
receberão punição administrativa. A assessoria do governo do estado, no
entanto, informou à Agência Brasil que a situação de 12 líderes do
movimento que tiveram mandados de prisão expedidos pela Justiça não
depende mais do governador Jaques Wagner, mas dos tribunais.
Em
nota, a Secretaria de Comunicação do estado informou que não mudou a
proposta em relação ao apresentado nos últimos dias. O governo continua a
oferecer reajuste de 6,5% retroativos a janeiro e fevereiro, mais a
incorporação gradual de gratificações até 2015. Os ganhos, segundo a
secretaria, chegarão a 38,89% para soldados e a 37,11% para sargentos. O
projeto de lei será enviado à Assembleia Legislativa esta semana.
A
Secretaria do Comunicação do governo baiano alegou ainda que os
grevistas conseguiram avanços. Isso porque o estado concordou em
incorporar dois tipos de gratificação aos salários dos policiais, em vez
de apenas um tipo, como estava acertado antes do início da paralisação.
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