sexta-feira, 2 de março de 2012

Ricardo Teixeira e presidente do Barcelona vão parar na Receita Federal


A Polícia Civil do Distrito Federal enviou à Receita Federal indícios de que o presidente da CBF, Ricardo Teixeira, movimentou de maneira ilegal mais de US$ 1 milhão em transações dentro e fora do Brasil nos últimos anos.
O presidente do Barcelona, Sandro Rosell (esq.), e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira – Fotos: Fadi Al-Assaad/Reuters/Daniel Marenco/Folhapress
O presidente do Barcelona, Sandro Rosell (esq.), e o presidente da CBF, Ricardo Teixeira – Fotos: Fadi Al-Assaad/Reuters/Daniel Marenco/Folhapress
As negociações suspeitas encontradas na investigações também envolvem o dono da empresa Ailanto Marketing, Sandro Rosell, amigo de Teixeira e sócio da mulher dele.
A Ailanto é ligada ao cartola da CBF e, como a Folha revelou, suspeita de desviar recursos do amistoso entre Brasil e Portugal em 2008, custeado pelo governo do DF por R$ 9 milhões.
O material identificado pela polícia foi enviado oficialmente ao comando da Receita em Brasília, no fim do ano, para que seja investigada a prática de crime de evasão de divisas por Teixeira, Rosell e pessoas ligadas ao grupo.
A Receita não comentou o caso devido ao sigilo fiscal.
Segundo a investigação, os dois teriam utilizado a corretora Alpes, em São Paulo, para operar os recursos.
A polícia suspeita ainda que o espanhol Rosell, atual presidente do Barcelona, não tinha autorização legal para levar dinheiro para fora do Brasil ou trazê-lo do exterior.
As transações envolvem o empresário Cláudio Honigman, que, entre 2007 e 2008, foi diretor da corretora Alpes. Ele é sócio de Rosell e da mulher de Ricardo Teixeira, Ana Carolina, na Habitat Empreendimentos Imobiliários.
O quarto sócio deles nesta empresa, Fábio Cerqueira Costa, também contratou os serviços da Alpes.
A suspeita de que o presidente da CBF movimentou dinheiro de maneira ilegal foi encontrada no computador apreendido de Vanessa Precht, sócia de Rosell na Ailanto Marketing. São relatórios e mais de 2.000 e-mails com detalhes sobre a ação do grupo ligado ao cartola.
A polícia encontrou no material, por exemplo, um relatório não oficial em que está descrito o modus operandis das transações de dinheiro dentro e fora do país.
A relação entre Teixeira e Vanessa é mais um alvo de suspeita por parte da polícia. Na busca e apreensão, os investigadores encontraram cheques nominais de Vanessa para Teixeira, num contrato para arrendar uma fazenda do cartola por R$ 600 mil.
Apesar da pressão por conta das denúncias e de problemas de saúde, Teixeira anunciou anteontem que, por enquanto, permanece no cargo. Mas cogita tirar licença.
HISTÓRICO
Não é a primeira vez que Teixeira é suspeito de burlar o fisco. Foi condenado pelo chamado “voo da muamba”, em que trouxe para o país, após o título da Copa-1994, produtos sem pagar impostos. Perdeu direitos políticos por três anos, mas conseguiu reverter a decisão na Justiça.
Antes disso, a CPI do Futebol apontou suspeitas de evasão de divisas do dirigente em operações de empréstimos da CBF com o Delta Bank, nos EUA. Mas a Polícia Federal não deu sequência às investigações, e a Justiça Federal trancou o processo iniciado por procuradores. (Folha)


Publicada sexta-feira, 2 de março de 2012, às 12:11

Nenhum comentário:

Postar um comentário