sábado, 24 de novembro de 2012

Escola de Formação Política – Curso Preparatório para Candidatos a Cargos Eletivos – Eis o desafio. .

Eu já disse antes e repito, que considero mazelas na política partidária brasileira – o analfabetismo político, os partidos políticos com dono, o político profissional e a reeleição, o que já foi objeto de um artigo explicativo de minha própria lavra.
Por: Severino Melo – Escritor / Advogado
     Para se exercer um cargo eletivo deveria o aspirante, ao mesmo, ter uma formação, mínima, em rudimentos políticos eleitorais.
     Caruaru tem hoje em torno de trinta partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral local. Todavia, tais representações só servem para engrossar coligações locais de quatro em quatro anos ou dizerem “amém” às coligações feitas a nível estadual durante as campanhas das eleições gerais.
      As lideranças, ao que parece, não querem que os liderados se instruam. De há muito se sabe que, “pessoa formada não é mais do que pessoa informada”.
     Urge que se instale em Caruaru uma Escola de Formação Política e que nela haja cursos preparatórios para candidatos a cargos eletivos. Acabamos de sair de uma eleição municipal e poucos candidatos, mormente, aos cargos proporcionais, tinham consciência de que a campanha política dividia-se em três partes, a saber: Registro de Candidaturas; Propaganda Eleitoral e Prestação de Contas.
     Ora, se a sequência temporal, tão propalada, em relação à mera candidatura à edilidade é desconhecida, imagine-se perguntar a um candidato a vereador, quais as suas prerrogativas depois de eleito membro do Poder Legislativo do município?  Dos vinte e três eleitos pouquíssimos saberiam responder de forma convincente, imagine-se aqueles que se habilitaram à disputa sem mesmo saber o “porquê” de sua nobilitante missão.
     Já que a única exigência intelectual que se faz aos candidatos, é que os mesmos sejam alfabetizados, então que seja oferecido pelos partidos políticos uma mínima alfabetização política aos mesmos. Se não se admite que o eleitor seja um analfabeto político – “daqueles que estufa o peito dizendo que odeia a política e que da sua ignorância política nasce o pior dos bandidos que é o político corrupto”, como permitir que um futuro membro do Poder Legislativo ou o Chefe do Poder Executivo ou o seu Vice, não tenham uma mínima noção das atribuições do cargo que vão exercer!
     Que os donos dos partidos políticos e todo partido tem o seu, no mínimo, eduquem, politicamente falando, seus pretensos futuros candidatos. Não os abandonem no meio do tiroteio que é a campanha eleitoral. Que ofereçam assistência, não só material, mas também de comportamento ético durante todo o pleito e também sobre a lisura de suas contas durante todo o embate.
     O exercício de um mandato eletivo não deveria ser encarado como profissão – pois mandato não é emprego e política não é profissão – mas sim, um “múnus público”, que deveria ser motivo de honra, impagável, para o mandatário. Mas, o que se vê, através de infindas reeleições, são profissionais da política que já nem mais se recordam da profissão que exerciam antes de se tornarem pseudo-assistencialistas sociais, que prometem as mesmas quimeras de quatro em quatro anos. Registre-se que, “o poder só é bom quando passa de mão em mão”.
Severino Melo – Escritor / Advogado / Filiado do PSOL Caruaru / Artesão deste texto

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