Para se exercer um cargo eletivo deveria o aspirante, ao mesmo, ter uma
formação, mínima, em rudimentos políticos eleitorais.
Caruaru tem hoje em torno de trinta partidos políticos registrados na
Justiça Eleitoral local. Todavia, tais representações só servem para
engrossar coligações locais de quatro em quatro anos ou dizerem “amém”
às coligações feitas a nível estadual durante as campanhas das eleições
gerais.
As lideranças, ao que parece, não querem que os liderados se instruam.
De há muito se sabe que, “pessoa formada não é mais do que pessoa
informada”.
Urge que se instale em Caruaru uma Escola de Formação Política e que
nela haja cursos preparatórios para candidatos a cargos eletivos.
Acabamos de sair de uma eleição municipal e poucos candidatos, mormente,
aos cargos proporcionais, tinham consciência de que a campanha política
dividia-se em três partes, a saber: Registro de Candidaturas;
Propaganda Eleitoral e Prestação de Contas.
Ora, se a sequência temporal, tão propalada, em relação à mera
candidatura à edilidade é desconhecida, imagine-se perguntar a um
candidato a vereador, quais as suas prerrogativas depois de eleito
membro do Poder Legislativo do município? Dos vinte e três eleitos
pouquíssimos saberiam responder de forma convincente, imagine-se aqueles
que se habilitaram à disputa sem mesmo saber o “porquê” de sua
nobilitante missão.
Já que a única exigência intelectual que se faz aos candidatos, é que
os mesmos sejam alfabetizados, então que seja oferecido pelos partidos
políticos uma mínima alfabetização política aos mesmos. Se não se admite
que o eleitor seja um analfabeto político – “daqueles que estufa o
peito dizendo que odeia a política e que da sua ignorância política
nasce o pior dos bandidos que é o político corrupto”, como permitir que
um futuro membro do Poder Legislativo ou o Chefe do Poder Executivo ou o
seu Vice, não tenham uma mínima noção das atribuições do cargo que vão
exercer!
Que os donos dos partidos políticos e todo partido tem o seu, no
mínimo, eduquem, politicamente falando, seus pretensos futuros
candidatos. Não os abandonem no meio do tiroteio que é a campanha
eleitoral. Que ofereçam assistência, não só material, mas também de
comportamento ético durante todo o pleito e também sobre a lisura de
suas contas durante todo o embate.
O exercício de um mandato eletivo não deveria ser encarado como
profissão – pois mandato não é emprego e política não é profissão – mas
sim, um “múnus público”, que deveria ser motivo de honra, impagável,
para o mandatário. Mas, o que se vê, através de infindas reeleições, são
profissionais da política que já nem mais se recordam da profissão que
exerciam antes de se tornarem pseudo-assistencialistas sociais, que
prometem as mesmas quimeras de quatro em quatro anos. Registre-se que,
“o poder só é bom quando passa de mão em mão”.
Severino Melo – Escritor / Advogado / Filiado do PSOL Caruaru / Artesão deste texto
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